Opiniões opiniáticas

Escrevo essa nota por um motivo: Dois amigos, os quais reputo pessoas inteligentes, discutem um tema por e-mail e isso rende.... São inúmeras respostas sem convencimento e no final, enveredam  por caminhos tortuosos de onde ambos emergiram feridos e desgastados... E ofendidos pelas entrelinhas.

Opiniões! Ah, o mundo é formado por opiniões! Há os favoráveis e existem os contrários; gente lúcida que pondera e conversa e fanáticos que impõe seu ponto de vista à qualquer preço. E quando formamos uma opinião, fica difícil livrarmo-nos dela... Nossas atitudes poderão ser inteligentes ou estúpidas; argutas ou tolas; pacíficas ou beligerantes; evoluídas ou retrógradas...

É por isso que é tão difícil de se prever a intrínseca natureza do homem! No mundo relativo em que vivemos, fica abstruso declarar o que é bem, em determinado momento, e o que é mal, se ambos tornam-se a mesma idéia diferindo, apenas, em grau. Mais bem implicará em menos mal? Então chagamos à conclusão de que o mal e o bem estão presentes nos mais variados momentos de nossa existência! Ou será que não?

Os budistas dizem que é preciso anular completamente o desejo para se atingir o nirvana, ou seja, o estado pleno da realização humana, ainda no mundo físico. Mas como anular o desejo se nós somos tão profundamente opiniáticos?

Vejam como um simples tema que envolve postura e discernimento rende vários momentos de respostas, que envolvem outras respostas e geram a necessidade premente de novas respostas, até esgotar por completo o assunto dado, sem que qualquer lado chegue a uma conclusão coerente.

Irmãos, o mundo está conturbado, diferente, globalizado, extremamente rápido, com conceitos que nós, hoje reconhecidos como pobres dinossauros, anacrônicos seres que, muitas vezes não vemos o tempo passar na janela... ― Ah, Carolina... Não queremos ser idênticos a ti! O tempo passou na janela!