Nos versos de
Drummond vejo São João
Batista do Glória, mineira
até a raiz dos cabelos... Ah,
como é gostosa essa
simplicidade, essa paz, esse
silencio com jeito de gente
feliz!
“Casas entre
bananeiras, mulheres entre
laranjeiras, pomar, amor
cantar. Um homem vai
devagar. Um cachorro vai
devagar. Um burro vai
devagar. Devagar... as
janelas olham”...
A Glória de ver o Glória
Só pode ter sido Inspiração Divina o fato de ter escolhido a cidade de São João Batista do Gloria como cenário da história que se desenvolve no livro “Trilhas Convergentes” de minha autoria. O fato é que — como dizia o Chicó — “não sei, só sei que foi assim” e, por conta disso, no dia vinte de setembro foi realizado o lançamento simbólico do livro naquela cidade.
A recepção foi maravilhosa! Na verdade me senti o próprio Dan Brown, tal foi o carinho e a simpatia com que aquele povo simples e hospitaleiro me acolheu; não gostaria de citar nomes para não cometer injustiças, mas alguns não posso deixar de mencionar: a prefeita Nilva Santos que, desde que cheguei não cansou de dispensar-me atenção colocando-me inteiramente à vontade, a coordenadora de cultura, professora Selma Esteves, a Rose e a Bel da Pousada Recanto do Lore, onde fiquei hospedado, o Danilo Soares, assessor de imprensa e, saudando esses quero homenagear todo o povo dessa atraente estância mineira. Eu não conhecia São João Batista do Gloria; escrevi no escuro através de pouquíssimas informações que pesquisei em alguns sites da net.
Com a prefeita Nilva Santos
Mas confesso que senti um arrepio percorrendo-me a espinha ao topar com logradouros, paisagens e situações tão semelhantes e análogas a vários trechos descritos no livro. A cachoeira Maria Augusta, por exemplo, portento com que a pródiga natureza Gloriense brindou aquele privilegiado pedacinho de Minas, sobressai-se pela beleza entre dezenas de outras quedas d’água do município; a Maria Augusta emocionou-me pela similitude atingida na narrativa e a pousada-fazenda ali pertinho dela, participante do capítulo em que conto o episódio do encontro entre Fred, Domingos e Eva após a tempestade, deu-me a impressão de um de-já vu, pois até no nome dos proprietários tive um acerto de 50%; eu os criei Silveira e Vanda e, na verdade chamam-se Oliveira e Vanda. Enfim, São João Batista do Gloria passa a fazer parte da minha vida com uma intensidade enorme.
A cachoeira Maria Augusta onde se realiza o casamento de Domingos e Eva
Voltarei? Com certeza absoluta, pois jamais poderei esquecer quem tanto prazer me proporcionou! Vou voltar sim! Quero ver ainda muitas outras coisas bonitas , sentir o maneirismo, o sotaque mineiro de seu povo, saborear um torresminho pururuca tomar um sorvete gostoso na pracinha do Cruzeiro e escrever poesias à beira dos regatos encachoeirados para que, quando cerrar meus olhos para sempre, fique bem impresso na minha mente eterna, o que a minha retina gravou: a Glória de um São João Batista.
Fergi Cavalca
Simplesmente Beth
Estive em São João Batista do Glória! Ô cidade boa, sô! Um povo maravilhoso, e entre tantas pessoas surpreendentes tive o prazer de conhecer Elizabeth Martins.
A Beth é viúva e ainda não conseguiu superar o trauma da perda de seu amado marido, o Chico, mas com a alma grande que ela tem vai aos poucos voltando à vida e enfeitando a existência dos outros com a sua simpatia contagiante, sua simplicidade mineira e seu jeitinho agradável de cativar as pessoas.
Lá em sua casa, entre as delícias de um cafezinho coado na hora e um pão de queijo especial, ela mostrou-nos uma poesia que, de tão singela comoveu, e muito, o nosso coração.
Simplesmente Beth
São seis horas da manhã
E eu já estou de pé,
Lavo o rosto, escovo os dentes
E vou preparar o café.
Ponho a mesa com carinho;
Tudo muito arrumadinho
Depois de tornar o café
É hora dos remedinhos.
Aí começa a rotina...
Muita coisa pra fazer,
Trabalho o dia inteirinho
Sem tempo para o lazer.
Mas isto não me incomoda
E com Deus eu vou seguindo,
Às vezes rindo e cantando
Outras vezes mágoas sentindo.
Saudades eu sinto muitas!
De três pessoas queridas,
Meu pai, minha mãe, meu irmão,
Que se foram desta vida.
Às vezes fico tão triste
Sinto aperto no coração;
E ao mesmo tempo tão feliz
Pois tenho o Chico e meus irmãos!
São dezessete sobrinhos queridos
Que amo de coração;
Com tanta gente querida
Não fico triste mais não.
E pra completar estes versos
O principal não poderia faltar:
São os amigos sinceros
Com quem se pode contar.
O Eduardo e a Margareth
São meus amigos de coração,
Por isso os considero
Tanto quanto meus irmãos.
Passei momentos difíceis
Que nem gosto de lembrar;
Eles sempre comigo estavam
Prontos a me ajudar
Com a família que tenho
E amigos que posso contar.
Agradeço sempre a Deus
Nada posso reclamar
Tudo na vida tem fim,
Tudo que é novo envelhece,
Somente o amor, o carinho, a bondade
São coisas que permanecem.
Beth
Escrito em 7/1/2009
Parabéns Elizabeth Martins! Depois de tanta sensibilidade, só posso lhe dizer que você é, simplesmente, Beth.
Fergi Cavalca