Dias D’Ávila – algumas medidas que poderiam
ser tomadas para melhorar o município
Por Fernando Gimeno (Fergi Cavalca)
Aspecto do balneário do Rio Imbassay
Dias D’Ávila é um município relativamente novo! Nesse momento em que escrevo não conta sequer trinta anos desde a sua autonomia política e administrativa!
Logo após a emancipação, em 1985, as estâncias hidrominerais, as áreas de segurança nacional e as capitais passaram a ter eleições diretas para o poder executivo e legislativo. Da primeira eleição à última, em 2012, a cidade permaneceu, praticamente, sob o comando do mesmo grupo político e, mesmo com a vitória do candidato de oposição na última eleição, não foi alterado significativamente o quadro administrativo, visto que os atuais dirigentes, em sua maioria, são oriundos do mesmo grupo que detinha o poder anteriormente; os novos eleitos formaram apenas uma dissidência por discordarem, momentaneamente, dos antigos.
Mas isso não vem ao caso, pois nosso objetivo não é político e independe de cor partidária ou vinculo pessoal. O escopo deste documento é, sim, colocar o “dedo na ferida” levando sugestões para análise e, caso elas mostrem-se viáveis, possam de alguma forma, em algum momento ou por quem quer que seja serem postas em prática pela administração municipal. Portanto não me outorgo “pai da ideia”, pois o objetivo é coletivo e não individual; eu apenas me aproveito da condição de escritor para reunir indicações, considerações, conselhos ou alusões que possam trazer benefícios para a comunidade.
Também fica evidente que são medidas que demandam algum tempo para serem realizadas. Não é do dia para noite que se edificam instalações públicas. É praxe priorizar implementos e implantações, porém é preciso ter boa-vontade para acolher ideias novas sem o preconceito político-partidário que tem sido a tônica das administrações diasdavilenses. Para os governantes locais, em qualquer época ou de qualquer vínculo, a incompetência é prerrogativa única e exclusiva da oposição.
Tampouco estou inventando qualquer novidade... A maioria das reivindicações são antigas conhecidas do povo; muitas já frequentaram palanques eleitorais, mas bem poucas foram realizadas. Não é a primeira vez que publico um trabalho deste quilate, mas como diz o ditado popular “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Alguns — graças a Deus prevejo uma minoria — atirarão pedras e criticarão a iniciativa classificando-me com algum adjetivo insultuoso ou ultrajante — embora as criticas construtivas sejam sempre bem-vindas. Mas como não trabalho em qualquer setor público, não estou à procura de emprego e não tenho qualquer pretensão eleitoral, ficará na conta daqueles que falam mal e não fazem bem, os arautos do caos e da “Teoria da Conspiração”.
Portanto deixemos de palavrório e vamos às sugestões.
– Educação – Por ter sido professor por mais de vinte e cinco anos e ter participado da formação de jovens, priorizo a área educacional como a mais importante para início de uma reforma planejada. Atribui-se a Vitor Hugo a frase “quem abre escolas fecha presídios”. Não vou discutir autoria, mas a profunda verdade que se encerra nessa sentença. Portanto a partir daí daremos início ao plano.
– Dias D’Ávila precisa melhorar a educação infantil – Sim, e a melhor opção é diferenciar o ensino público do privado implantando pelo menos duas ou três “Escolas Modelos”, com educação ministrada nos dois turnos até o 5º ano, onde a escola fornece café da manhã, lanche, almoço, merenda e fardamento para crianças carentes com renda familiar abaixo de dois salários mínimos. Em 2011 fui convidado a fazer uma palestra sobre minhas obras na Escola do Bosque, na época sob a direção da professora Nereida Lima. Lá as crianças estudavam em dois turnos e faziam suas refeições na escola. Fiquei bem impressionado com o programa implantado pela diretora que, inclusive, preparou um livreto contando a história da comunidade, projeto que foi amparado e premiado pelo COFIC.
A primeira coisa que a nova administração fez ao assumir a cidade foi demitir a profª Nereida! Ah política! Despreza-se a competência só porque teve o desplante de não votar no candidato vencedor...
– Dias D’Ávila precisa de ensino técnico profissionalizante – Para uma cidade ter qualidade de vida e “prender” seus moradores à terra, é imprescindível o oferecimento de cursos compatíveis com o mercado de trabalho, sobretudo do Polo Petroquímico e região, com encaminhamento a estágio e primeiro emprego dentro do programa jovem aprendiz. Não um cursinho de fachada , mas uma escola técnica a nível estadual com grade curricular compatível com a formação desejada e acompanhamento. Isso não é utopia. É possível de ser realizado como já o foi por inúmeras cidades.
Se a Bahia, que é um estado tão rico em recursos e com um povo simpático que deseja qualidade de vida e anseia não ficar devendo sucessivamente aos outros estados, até mesmo os do nordeste, aí cabe sim uma escola de qualidade com opções dentro da realidade de nossa juventude que sai para estudar em Camaçari ou Salvador, passando por riscos desnecessários e gastos elevados com alimentação e passagem já que não é fornecido transporte para municípios circunvizinhos. Trazer uma escola técnica estadual ou federal de bom nível para Dias D’Ávila é prioritário, importante e desejável; só depende da vontade real dos dirigentes e da sociedade organizada para buscar as melhorias a que temos direito. Os Conselhos de Educação deveriam ser formados por membros ilibados de nossa sociedade, representando todos os segmentos sociais e partidos políticos, pais e professores, todos por indicação popular e não nomeados pelo poder executivo para atenderem aos seus desejos apenas.
– Ensino de terceiro grau – Outra reivindicação antiga! Seria desejável — e com certeza é possível — a implantação do ensino universitário, tanto ao grau de tecnólogo quanto à graduação acadêmica convencional, criando-se, um campus com algumas opções a escolher; basta vontade política. A preferência deve ser para área tecnológica com mercado no Polo — mas não se descartam outras opções. Falta o que? Interesse real, certamente! Hoje a cidade de Camaçari possui faculdade pública (UNEB) e privada (FAMEC), Lauro de Freitas (UNIME), e várias instituições de Salvador, todas elas repletas de universitários diasdavilenses. E o transporte? Nada, nada, nada... nada!
– Curso universitário no sistema de ensino à distância EAD – Atualmente é comum as cidades do interior oferecerem locais com áreas específicas para aulas, tanto à distância pela internet como presenciais e semipresenciais para esclarecimento de dúvidas. O EAD vem ganhando adeptos diariamente, pois oferece graduação por menor custo e maior comodidade. Seria uma boa opção, principalmente para os mais velhos que desejam um curso superior para complementar sua educação profissional.
– Cursos profissionalizantes de cunho prático – por exemplo, caldeiraria, eletricidade, montagem, jardinagem, corte e costura, artesanato, garçom, cozinha, cabeleireiro, empregados domésticos, (caseiro, babá, arrumadeira, etc), AutoCAD, desenhista industrial, projetista, serviços gerais (tipo consertos de tubulações, elétricos, pinturas, pedreiro, marceneiro, etc.). O SENAI que funciona atualmente não preenche sua finalidade como em outros locais. O ensino técnico que estão tentando implementar esbarra na má gestão que não garante credibilidade aos cursos e, portanto não encontra número suficiente de participantes, falhando antes mesmo de seu inicio.
– Saúde – Vamos agora encarar outro setor encrencado: A saúde! Essa é de arrepiar e requer cuidado especial das autoridades, seja para atendimento preventivo, ambulatorial, diagnóstico, emergencial ou curativo.
– Unidades de saúde – Apesar de existirem alguns postos (PSF) nos bairros periféricos, eles não funcionam a contento e geram reclamações, insatisfação, filas e mau uso por parte da população. Aliás, oito em cada dez moradores reclamam, de alguma forma, da saúde. Conheço algumas cidades que, embora pequenas e com renda inferior a Dias D’Ávila — que hoje beira os doze milhões mensais, ou mais — possuem sistemas de saúde bastante eficientes. Nessas cidades a prefeitura construiu nos bairros um conjunto comunitário que engloba posto de saúde, módulo policial, casas comerciais tipo farmácia, açougue, mercearia e outros espaços comunitários para reuniões específicas como, por exemplo, associações do bairro ou conselhos municipais.
O posto médico dessas pequenas unidades funciona com médico e enfermeiro em regime de plantão. O SUS possui verba para pagar esses profissionais; existe ainda um carro comunitário que serve ao posto médico e ao módulo policial, operado pela guarda municipal que transportaria pacientes que possuíssem necessidade especial ou casos de urgência, para o hospital.
– Serviço “Médico de Família” – Atendendo em domicílio ao menos uma vez por mês em dias previstos por calendário e por bairro, às famílias cadastradas e de baixa renda que precisem desse serviço público. Esse hábito estimula a prevenção e garante distribuição de remédio gratuito para doenças crônicas previstas em lei, além das endêmicas como verminose e afins, diagnosticadas e receitadas pelo clínico profissional; é importante também a visita ao domicílio onde problemas como higiene, segurança doméstica, desinfecção, vacinas e saúde pública em geral poderão ser discutidos. É uma medida profilática desafogando o hospital central que já está pequeno e precário para atender o crescimento demográfico. De qualquer forma é melhor o médico ir ao encontro do paciente, diagnosticar uma possível doença e tratá-la preventivamente, do que o paciente procurar o médico já num estado avançado da doença que requeira gastos públicos e pessoais maiores que nem sempre dão resultado levando o doente ao óbito.
— Serviço odontológico móvel – Todos nós sabemos que um dos graves problemas que atinge a população de baixa renda é o péssimo estado dentário em que ela se encontra. Seja velho ou criança, homem ou mulher, assistimos constantemente a um festival de “sorrisos” horripilantes. A dentadura feia mexe fundamentalmente com a autoestima do indivíduo promovendo complexos que são extremamente prejudiciais ao caráter e personalidade e desenvolvimento de cada um.
O serviço preventivo, curativo ou protético, realizado periodicamente (semanal ou quinzenalmente) nos bairros periféricos por unidade móvel de odontologia iria contribuir de forma singular, com melhoria da qualidade de vida da cidade, o que é o nosso objetivo principal.
– Melhoria da maternidade – E dos serviços radilógicos aparelhando esses setores com equipamentos essenciais, inclusive UTI, de forma a poder atender o público com mais eficiência. Hoje a marcação de consulta é difícil e demorada para o cidadão de origem humilde que tem de sujeitar-se à romaria de ida e volta várias vezes antes de ser atendido. Importante fatia dos atendimentos natais são encaminhados para Pojuca, Camaçari ou Salvador.
– Ampliação das dependências do Hospital – O erro de não se ter construído um hospital maior em outro espaço e conservar o antigo “Posto” para atendimentos ambulatoriais, sobrecarregou muito este serviço. Hoje é essencial não uma ampliação, mas a construção de uma nova unidade que seja suficiente para atender a cidade nos próximos trinta anos, bem planejada e equipada. A cidade que atualmente possui mais de setenta mil habitantes não tem a menor condição de continuar com o gargalo no atendimento de saúde que possuímos hoje. A verdade é que o hospital está uma vergonha!
– Manutenção das dependências do hospital – Dentre as características pretendidas em hospitais figuram limpeza e manutenção dos equipamentos. Infelizmente o Hospital Municipal Dilton Bispo de Santana deixa muito a desejar nesses quesitos. As enfermarias estão mal cuidadas e seus banheiros — que também servem aos usuários em espera — geralmente estão sujos ou entupidos; a saleta onde pacientes recebem o soro sentados em poltronas com os estofamentos deteriorados, girândolas do soro, bancos, carrinhos para medicamento e outros equipamentos de ferro esmaltado, enferrujados, etc..
A manutenção preventiva e corretiva deve obedecer a um critério programado e eficiente para atender a demanda dignamente e com a eficácia e higiene desejada por todos.
– Segurança – Apesar de ser uma atribuição estadual, a segurança municipal requer uma implantação de serviços básicos indispensáveis e apoio constante. Hoje este é o mais importante item para medir-se a qualidade de vida de uma cidade, seguida de perto pela educação e saúde. Em nosso caso dez em cada dez moradores têm queixas fundamentais contra o sistema de proteção oferecido pelo estado, sentindo-se o morador completamente à mercê da marginalidade que predomina com impunidade em nosso município.
A história repetida pelas autoridades de que esse é um problema nacional, não nos interessa e nem comove! A constituição garante direito à segurança e todo cidadão deve sentir-se protegido pelo estado, sob a pena dele tornar-se refém, prisioneiro dentro de sua própria casa, fato esdrúxulo e extremamente nocivo à liberdade individual, social e familiar que todos carecem desfrutar; hoje as grades são postas nas casas e estabelecimentos comerciais e não nas cadeias. O povo não tem culpa se as políticas sociais, a baixa renda populacional, o desemprego ou outros sinalizadores de deficiência governamental, estimulam a marginalidade. O crime jamais pode ser regra dentro da sociedade, e não é justo que nós, cidadãos vergados sob pesadas e abusivas tarifas públicas e impostos escorchantes tenhamos que viver apavorados a cada vez que alguém precisa sair de casa.
Repasso aqui algumas sugestões:
– Criação da guarda municipal – Já que o município não tem autonomia para agir no efetivo estadual — a não ser que haja uma política de cooperação entre o executivo municipal e o estadual, o que não parece ser nosso caso — a Guarda Municipal passa a ser de fundamental importância para prestar apoio à segurança e aumentar o efetivo de ronda e vigilância. Atualmente a grande maioria das cidades de médio porte dos estados mais desenvolvidos, tem na guarda municipal um ponto de apoio de grande relevância. È tão importante que se torna item obrigatório nos planos de governo e praticamente a totalidade dos candidatos em palanque prometem a sua implementação. Porém os discursos morrem na obtenção do mandato e aquilo que era prioridade passa a ser supérfluo pela cantilena oficial da falta de verbas.
Mas permanece o fato de que onde foi criada a guarda vem auxiliando as autoridades, seja nas rondas, no trânsito, na vigilância a estabelecimentos comerciais, nas entradas e saídas de colégios, bancos, hospitais ou em vários outros setores.
Ora, precisamos acabar com o não cumprimento das promessas eleitorais, pois o povo está cansado de ser enganado. Isso é sem exceção; seja da direita, da esquerda, do centro, de qualquer cor política ou partidária, antigo ou novo, já se tornou motivo de chacota na mídia, programas humorísticos ou outros, o descrédito que a classe política acumulou sobre si. Os votos são conquistados através de benesses e favores o que não condiz com o objetivo que queremos para gerir nossos interesses. Fulano, sicrano ou beltrano, quando galgam o poder, esquecem-se das plataformas das quais se utilizaram para conquistar o voto que os guindou até lá.
Portanto tirem logo, pelo amor de Deus, a Guarda Municipal das gavetas e coloquem nas ruas onde ela é muito mais importante!
– Unidades de bairro – Dentro do programa proposto no item saúde as unidades de bairro podem conter, agrupados: um posto de atendimento emergencial de saúde, um módulo policial, um carro para socorro, comércio prioritário (mercado, açougue, farmácia, padaria, etc), telefone público e telefone prioritário.
– Pessoal – O efetivo dos postos de segurança pode ser da guarda municipal, já que a prefeitura não tem gerência sobre o efetivo civil e militar apesar de os conselhos específicos de segurança poderem promover reuniões entre o comandante da PM, delegado e autoridades municipais e até com o Secretário de Segurança Pública.
Sendo o pessoal dos postos fixos membros da guarda municipal, desafogaria a Cia de Polícia, principalmente no que tange a dar apoio constante ao policiamento ostensivo. Dessa forma o quadro da PM permanecerá livre a fim de efetuar rondas permanentes pela cidade.
– Policiamento 24 horas – Nos postos dos bairros nos quais existam focos de violência mais ativos, o efetivo policial poderá funcionar como uma espécie de Unidade de Polícia Pacificadora após “purificação” dos pontos de venda de droga e tráfico, pela PM. Sabemos, inclusive, que bairros periféricos encontram-se “dominados” pelos traficantes que fazem o que querem instituindo até “toque de recolher” a seu bel prazer e manipulando a população que se encontra assustada e impotente.
– Ajuda da guarda – Justamente por isso torna-se importante criar a Guarda Municipal. Seus membros que ficarem fixos de plantão nos módulos estarão em constante comunicação com a central de polícia via rádio, telefone prioritário ou outro meio eficiente para contato imediato.
– Rondas setorizadas – Com viaturas distribuídas por bairros, motos ou polícia montada em duplas.
– Prevenção – Blitz diárias alternadas nas diversas entradas e saídas da cidade e em pontos estratégicos.
– Controle de entrada e saída de bancos – Pode ser feito por integrantes da guarda municipal na parte externa dos bancos para prevenir a ‘saidinha’ bancária, golpe onde muitas vezes a vítima é idosa e aposentada.
– Emprego – Outro grande gargalo para desenvolvimento municipal. Algumas das sugestões podem, inclusive, servir como ponto de desenvolvimento econômico, já que a cidade não possui um ‘plano B’ para o caso de a Caraíba Metais falhar algum dia.
– Artesanato Cerâmico – Há muitos anos estamos tocando nessa tecla com o objetivo de criar emprego, renda e, ainda, incrementar o turismo. É uma reivindicação antiga da Sociedade Amigos de Dias D’Ávila que tentou de todas as formas implantar uma escola de artesanato cerâmico para aproveitamento do caulim, sem ter conseguido êxito ou respaldo por falta de cooperação e abertura das autoridades da cidade. Pelo contrário, além da má-vontade houve trabalho específico contrário para impedir a criação de tal benefício. Mas o projeto é bom e merece ser reavaliado e implantado antes que seja tarde.
Existem técnicas para esmaltagem de utensílios de barro ou caulim, pintados com tintas especiais e cozidos em fornos a uma temperatura específica. O gasto com matéria prima, o caulim, para esta atividade é pequeno e não compromete de maneira alguma o meio ambiente. Inclusive devemos resguardar essas jazidas através de mecanismos municipais já que atualmente estão sendo utilizadas para fornecimento do “arenoso” usado como material de reboco na construção civil.
O caxixi, que é o barro bruto, remete à região de Nazaré das Farinhas uma afluência turística de cerca de um milhão de pessoas/ano para visitar a Feira do Caxixi e comprar os utensílios manufaturados com esse material. Com tal atividade o comércio em geral também melhora seu desempenho vendendo mais e fazendo o dinheiro circular na cidade, o que gera impostos.
Aos interessados pelo projeto do artesanato a prefeitura, além do curso, pode financiar um forno que será pago através uma porcentagem estipulada sobre as peças fabricadas. Essas peças ficam expostas em um stand da prefeitura próprio para esse fim, situado, preferencialmente no entroncamento para se aproveitar a facilidade de compra pelos usuários da estrada BA 093, com vários boxes de venda para comercialização das peças produzidas e propaganda através de outdoors. O sistema de uso do stand será monitorado através de uma cooperativa dos produtores. Para isso serão ministrados cursos de administração e de fiscalização de receita para os membros da cooperativa que exercerão os cargos diretivos sob a orientação do SEBRAE que tem gerências específicas para tal fim.
– Criação de oficinas de corte e costura – A prefeitura pode oferecer um galpão grande, financiando o equipamento a ser pago através do mesmo sistema de porcentagem sobre peças produzidas via cooperativa; nesse galpão funcionariam, aproximadamente 500 máquinas, entre costura, overlocks e galoneiras; através disso fomentar-se-ia a implantação de um polo de confecções que tenderia a crescer e movimentar a cidade, com pronta-entregas, lojas de atacado e varejo visando atender aos famosos “sacoleiros’ oriundos de todo o país; hoje cidades do nordeste distantes da capital, como por exemplo, Tobias Barreto, Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e outras que estimulam fabricação e venda de roupas, faturam uma renda grande, suficiente para manter a cidade e ainda geram emprego para a população; no sul, sem contar, é claro, com São Paulo, temos como exemplo, Vilar dos Teles, Alcântara, Petrópolis, Monte Sião, entre muitas mais. No centro-oeste Goiânia... A vantagem de Dias D’Ávila é que ela se situa perto de uma capital bastante populosa e é servida por uma boa rede viária com ônibus em horários adequados e constantes, partindo da rodoviária, Lapa, Terminal da França e Itapuã, alem de outras cidades como Mata de São João, Camaçari, Feira de Santana, Candeias, etc..
Se a preferência for pela confecção de calçados usa-se o mesmo critério para incrementar a produção; nesse caso a comparação comercial seria com cidades como Franca, Novo Hamburgo, Goiânia etc. Resta dizer que nas cidades que foram citadas o desemprego é praticamente zero, pois os sistema de trabalho avulso onde as famílias confeccionam em suas próprias casas atendendo à demanda e ganhando pelo número de peças produzidas.
– Calçamento por bloquetes de concreto – Caso o asfalto seja prerrogativa do centro da cidade, temos sugestões para os bairros de periferia. Hoje muitas cidades do interior brasileiro, principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, pavimentam suas ruas através de bloquetes de concreto, com gravilhão, cimento e areia em proporções pré-estabelecidas. A prefeitura pode distribuir formas padronizadas para confecção desses bloquetes, com as dimensões exigidas, a quem queira participar do programa estimulando a sua fabricação e comprando, a preço justo, a produção para uso em suas ruas. Com isso traria uma oportunidade de ganho à população necessitada, além, é claro, de embelezar as ruas com um sistema de calçamento bem melhor do que aquele feito com paralelepípedos irregulares e que se esburacam a cada seis meses além de deixar o capim crescer pelas gretas gerando custos altíssimos de manutenção.
– Turismo – Dias D’Ávila já foi uma estância hidromineral! Sua primeira vocação foi exclusivamente turística e poderá voltar a sê-lo desde que haja um plano coerente e bem arquitetado para garantir o retorno dessa atividade economicamente viável e que tem a vantagem de não poluir, pelo contrário, vem ligada a uma consciência cada vez mais ecológica e conservadora das fontes e recursos naturais.
– Revitalização do Rio Imbassai –
Durante muito tempo o rio foi a razão de ser e existir de Dias D’Ávila. Hoje achamos difícil a recuperação do leito original haja vista que, com o assoreamento oriundo dos morros de caulim desmatados pela exploração ilegal, e pela poluição ocasionada pela deposição de dejetos e esgotos recolhidos na passagem por bairros populosos como a Concórdia e Imbassai, achamos difícil e onerosa a recuperação do canal antigo. O rio Lama Preta, que passa próximo ao antigo Hotel Balneário é, hoje, um canal de esgoto fétido e pútrido.
A sugestão que apresentamos aqui nos leva a realização, por profissionais especializados, de uma pesquisa criteriosa das nascentes dos rios Imbassai e Camboatá, lá pelos lados da Água Fria, onde cremos que a poluição ainda não se constitui em um problema insolúvel. Nesses locais poderia ser realizado um estudo da possibilidade para captar, seja através de uma pequena represa ou por outro mecanismo viável, a água dessas nascentes e através de tubulações de doze polegadas, mais ou menos, de ferro fundido e levá-las até as piscinas situadas na praça atual.
A água jorraria ininterruptamente por gravidade — já que logicamente as nascentes são mais altas — enchendo as piscinas e renovando-se como se fosse — e na realidade é — água corrente. Essas piscinas, revestidas com cimento ou bloquetes, fariam parte de um conjunto balneário, onde a água fosse submetida à realização periódica de análises para se conhecer a sua qualidade. Essa atividade poderia ser explorada, não com objetivo de lucro, mas de ressarcimento de despesas.
Como a prefeitura não pode cobrar por serviços públicos é imprescindível a criação de uma empresa de capital misto, por exemplo, a ÁVILATUR S/A ou outro nome adequado, na qual a prefeitura teria 51% das ações. Assim a empresa que terá uma administração própria, pode explorar o uso cercando o recinto do rio com tela e cobrando uma entrada simbólica a cada usuário; em contrapartida oferece diversas áreas de lazer, com churrasqueira e bancos fixos, continuando ‘rio acima’ por um parque que levaria através do antigo leito, até o local antes conhecido como ‘cachoeirinha’, onde se faria uma espécie de praça com alguma infraestrutura, tipo bares, restaurante, posto médico, etc.. Não seria permitida a entrada de bebidas; quem as deseje deverá comprá-las nos bares existentes no local.
Um sistema semelhante poderia ser implantado, também, no rio Jacumirim; nesse local pode-se construir um parque temático explorado pela ÁVILATUR, com horto exibindo árvores da região e minizoológico, ambos funcionando com autorização dos órgãos de defesa ambiental.
— Festas na praça do rio – A atual “Praça do Rio” seria reformada utilizando-se toda a sua área para fazer um espaço de festas, tipo um “forródromo”, todo cimentado, com um palco fixo em uma das extremidades e uma área para barracas e mesas. Atualmente as festas são realizadas num corredor estreito e, por isso, são extremamente perigosas por não comportarem de maneira adequada o número de participantes que vêm assistir aos shows realizados; o espaço fica muito apertado entre o rio e uma faixa apertada e acanhada que ainda por cima divide seu espaço com as barracas; quando acontece uma confusão, todos correm caindo por cima das mesas e cadeiras com o risco de ferir gravemente alguém.
Com a construção desse espaço que abrange desde a avenida onde fica o prédio da PM até o rio, todo ele cimentado e com um palanque de concreto na extremidade a população estaria mais segura e tranquila com relação aos eventos, além de economizar os custos de aluguel e montagem dos gigantescos palcos particulares.
– Represa da Nova Dias D’Ávila – Atualmente ela já se encontra bastante comprometida pelo despejo sanitário atirado ao leito do rio Imbassai, não só o que já vem através do “Lama Preta” e outros córregos, mas também dos bairros Imbassai e Urbis, esse último lançando dejetos na altura do pontilhão ferroviário de onde se exala um cheiro nauseabundo; esses esgotos espalhados pelo rio implicam em indesejável fonte de poluição e tornam imprópria a represa da “Nova”, já tomada pelas baronesas, planta aquática que invade rios com alto grau de poluição.
Caso se consiga um sistema de tratamento adequado para o lago formado, poder-se-á transformá-lo em um encantador espaço de lazer e turismo conforme explicado abaixo.
– Terminal turístico – Implantar na ‘península’ próxima à ponte, na margem direita de quem se dirige ao centro da cidade um terminal com lojas de artesanato (principalmente a cerâmica produzida no município), restaurante, bar, estação de pedalinhos, pesqueiro, windsurf e jet-ski. No outro lado da pista pode-se destinar uma área para construção de um hotel tipo “hotel-fazenda”, com passeios à cavalo ou charrete, além de piscina, salão de convenções, espaço para eventos e pistas para vaquejada ou outros esportes campestres. Para isso a prefeitura precisa atrair a iniciativa privada com incentivos e benfeitorias. Observe que hoje a cidade não possui sequer um Hotel que possa receber condignamente o turista, viajante executivo do polo ou outro tipo de hóspede que deseje um hotel razoável. Sem querer desmerecer as pequenas pousadas existentes cujas condições precárias não recomendam o hóspede mais exigente, tornam-se imperativas instalações e leitos melhores.
– Museu da cidade – O espaço do ‘Morro da Cruz’ pode tornar-se um excelente ponto de visitação, pois apresenta uma bela e privilegiada vista de Dias D’Ávila. A construção de uma capela e, anexo a ela, o “Museu da Cidade”, com um acervo interessante sobre a história do município, emancipação, Padre Torrend, Estância hidromineral, marcos, placas, acervos, livros, documentos, etc. Para chegada ao local, constrói-se uma escada em frente ao Colégio Padre Torrend e uma pista pelo lado do Jacumirim, para acesso motorizado.
Isso poderia dividir espaço com uma caixa d’água construída pela Embasa para auxiliar a velha caixa, já sem condições de atender à demanda que a cidade exige. Aliás, de todos os serviços estaduais existentes em Dias D’Ávila, o abastecimento de água é o pior e mais ridículo de todos. A cidade — que prima e é famosa pela qualidade de sua água — sofre de um abastecimento caricato, um arremedo de distribuição que seria cômico, caso não fosse trágico. A cantilena absurda dos prepostos da EMBASA que num tom monocórdio repete de forma grotesca “bomba quebrada... bomba quebrada... compromete até o mais parvo indivíduo. É preciso que as autoridades tomem providências e solucionem rápido essa incompetência que aflige a população.
Estudem a possibilidade da captação de água de Pedra do Cavalo. Não seria água mineral, mas pelo menos não faltaria nas torneiras.
– Divulgação e propaganda – Toda a divulgação turística de Dias D’Ávila deve ser feita através de folders nos principais hotéis da cidade de Salvador e outras regiões, terminais rodoviários e aeroportos. Em todo o processo turístico a empresa mista de turismo (DAVILATUR) terá um relevante papel, inclusive com aluguel de boxes, entradas para shows e outros emolumentos que sejam cabíveis, respeitando-se a legislação em vigor. Pode-se também atrair para a cidade — e para isso precisaria um local apropriado — shows, palestras, peças teatrais, etc.. Camaçari possui hoje a Cidade do Saber e a Casa do Trabalho locais que priorizam eventos e garantem cultura condizente com o anseio da população. Dias D’Ávila também precisa urgentemente espaços como esses e com essa finalidade de dotar seus moradores de equipamentos que melhorem sua qualidade de vida.
– Lazer – Mais um importante segmento, principalmente para fixar moradores!
O que podemos dizer que a cidade nos oferece? Hoje a única opção — ainda bem que existe essa — são as pizzarias que funcionam como “ilhas de lazer” numa cidade cujo curioso hábito, principalmente nos finais de semana, resume-se em comer. Não é que seja uma alternativa ruim; é que não há escolha!
– Clube Social – É premente a necessidade de um clube social no município. Este poderia ser um empreendimento realizado pela empresa mista com participação da prefeitura — DÁVILATUR — e dos funcionários públicos, que teriam sua mensalidade descontada em folha de pagamento. Os comerciantes, industriários, estabelecimentos bancários, e outros segmentos que oferecessem o serviço aos seus funcionários descontando a mensalidade também em folha de pagamento, teriam os mesmos preços dos funcionários públicos. As pessoas da sociedade, funcionários do Polo ou de empresas fora do município pagariam 50% a mais. De qualquer forma poderia ser feito, também, um estudo de títulos patrimoniais, onde o comércio local contribuiria para construção de sede e outros benefícios. O clube ofereceria piscina, adulto e infantil, futebol “society”, sauna seca, jogos de salão (sinuca, baralho, dominó, etc.), bailes semanais, sendo cada semana para uma faixa etária (crianças, adolescentes, adultos e “coroas”), restaurante para almoços de negócio ou de fins de semana, salão de festas, playground, churrasqueira, etc..
— Coral e grupo de teatro amador – é importante incentivar as artes, não apenas nos meios estudantis como também entre a população; os grupos de coral ou teatro amador ou outros que reúnam a sociedade são sempre bem-vindos e devem ser estimulados pelo poder público.
Dias D’Ávila é uma cidade sem raízes pois a maioria dos moradores veio de fora. É preciso dotá-la de meios de participação social, meios de comunicação (jornais independentes e não atrelados a grupos), saraus de literatura, poesia e música, desfiles de moda ou beleza e participação em eventos sociais. É importante para um município ter vida social, locais onde possamos passear e levar nossas famílias, espaços culturais para todas as idades, justamente prevenindo que um traficante qualquer adote nossos adolescentes e jovens.
– Transporte – Como em toda a cidade, o sistema de transporte deve ser eficiente e atender aos anseios da população.
– Rodoviária no Entroncamento – Isso é fundamental para incremento de melhorias na cidade. A rodoviária instalada no entroncamento ganha, pelo menos mais dez linhas de ônibus que passam a servi-la. Vejamos: Mata de São João, Pojuca, Catu, Alagoinhas, Aracaju, Recife, Maceió, João Pessoa, Natal, Paulo Afonso, e inúmeras outras.
– Linhas internas – Pelo menos três linhas circulares com ponto inicial na Nova Dias D’Ávila e ponto final no entroncamento, cruzando a rodoviária atual (que passaria a ser uma estação de transbordo). O ponto final seria na nova rodoviária, no entroncamento. Uma linha serve aos bairros Urbis, Imbassai e adjacentes; a outra Genaro Garcia D’Ávila e Isaura; e a terceira serve Varginha, Lessa Ribeiro, Jacumirim e Concórdia. Todas passam pelo Hospital e Centro Administrativo. Poderão ser batizados como circular 1, circular 2 e circular 3, com seus roteiros bem definidos, pontos estrategicamente colocados e ampla divulgação para a comunidade.
– Esporte – Difusão do esporte no município é fator de desenvolvimento. Possuímos um campo de futebol com capacidade para cinco mil torcedores, inativo, um Cajadão que não passa de Cajadinho e um Ginásio Poliesportivo que pouco funciona. Existe ainda uma quadra coberta, na Urbis, três quadras no rio que estão abandonadas, tal como muitas nos bairros ou colégios estragadas e precisando manutenção. Nove em cada dez habitantes da cidade não sabem o nome dos times do município, não torcem para qualquer deles e tampouco sabem que existem!...
Ora, uma cidade precisa de ter, pelo menos dois times rivais, e cabe aos poderes públicos fomentar através de jogos e torneios essa saudável rivalidade formando uma torcida. Vejamos alguns eventos importantes que podem ajudar:
– Jogos interescolares – implantação da prática constante do esporte nas escolas municipais e incentivo às particulares através de jogos englobando todos os estabelecimentos estudantis. Em países adiantados a maioria dos medalhistas olímpicos sai das escolas secundárias e universitárias. Entretanto a prática do esporte deve ser iniciada ainda no primeiro grau.
Os jogos estudantis deveriam juntar não apenas eventos esportivos, mas concursos de redação, olimpíadas de matemática, etc.
– Incentivo aos campeonatos da cidade – Houve época em que Dias D’Ávila possuía um grande número de times de futebol que disputavam campeonatos entre si, com premiação e títulos. Chegou-se a formar uma liga esportiva que funcionava e era divulgada. E não se tinha um estádio. Hoje temos um estádio ocioso e uma falta enorme de eventos esportivos. No ginásio novo deve-se incrementar o futsal, o vôlei, o basquete, e handebol e outros esportes de quadra, alistando os jovens e tirando-os do “crack” e tornando-os craques. Para isso é preciso listá-los em grupos dando esporte e ao mesmo tempo aulas de cidadania e convivência em sociedade. Esporte sim! Drogas não!
– Comércio – Estimular o comércio local é uma obrigação. Dias D’Ávila já possui lojas que comportam um fluxo comercial importante. Com o incentivo ao turismo e à criação do polo cerâmico e de confecções, é preciso dar uma ênfase maior no setor comercial, principalmente no que tange a refeições e hotelaria, este último um dos pontos mais fracos da cidade.
Os poderes públicos devem, sempre que possível, priorizar suas compras na cidade para fazer correr dinheiro, o que garante mais empregos e maior renda per capta.
Em lugar de discutir se as farmácias devem ou não ficar abertas durante a noite toda para vender um pacote de preservativos ou comprimidos de dipirona, deviam-se promover reuniões com o comércio para tentar fazer promoções que visem incentivar e aumentar as vendas estimulando preços competitivos que forneçam ao comprador opções locais.
O comércio de Camaçari desenvolve-se a cada dia de forma impressionante; muitos já preferem fazer compras ali do que deslocar-se a Salvador ou Feira. É preciso incitar o comércio local para que o cliente prefira comprar em sua própria cidade.
Conclusão – Existem ainda muitas sugestões para listar. Poderíamos escrever um livro com as reivindicações e anseios da população. São tantas...
Entretanto estamos fazendo a nossa parte tal e qual o beija-flor que leva a água no bico para apagar o incêndio na floresta. É preciso, portanto, que o sentido de cidadania desenvolva-se no íntimo de cada um. Todo cidadão deve contribuir com suas ideias para melhoria de seu município.
Não é nosso objetivo enveredar pelo campo político; nesse momento queremos, apenas, colaborar de alguma forma para ajudar no crescimento da qualidade de vida, pois somos moradores que criamos aqui nossas raízes, nossos filhos e nossos netos.
Dias D’Ávila, apesar de ter melhorado muito nesses últimos vinte e sete anos, ainda é carente de obras de infraestrutura, educação, saúde, segurança, turismo, emprego, lazer, etc. e compete ao povo ir à busca de melhorias que satisfaçam seus interesses, colocando pessoas compromissadas com o trabalho na importante tarefa de gerir o destino municipal.
Listem suas prioridades e enviem para as autoridades. Essa é a ferramenta que possuímos e da qual devemos lançar mão. Escrevam e distribuam... Não é preciso denegrir ninguém! Sugestões não são ataques e quem se aborrecer com elas não merecerá a atenção de quem quer que seja.
Cumpram a sua parte... Acho que eu cumpri a minha!